quinta-feira, 17 de junho de 2010

Entrevista com André Luis da Silva Montanhé

André Luis da Silva Montanhé, 31, é Jornalista formado pela PUC – SP no ano de 1999. Trabalha na TV Jornal como Repórter de Rua e juntamente com Rodrigo Piscitelli, é Coordenador de Jornalismo.



De olho no Jornal:
Você passou por barreiras para chegar onde está profissionalmente?

André: Eu não diria que eu passei por barreiras, não. Eu acho que a grande barreira foi ter perdido o “timing” da carreira, que é uma coisa que eu sinto muita falta de ter tido como foco no início. Sinto falta de ter mergulhado em coisas mais ousadas, como ir para fora ganhando “grana” pra comer. Se eu pudesse voltar no tempo, eu diria que eu faria a opção de carreira de “camelar” um pouco, buscando ser pequeno em grandes empresas, buscando ousar mais, enviando currículos e visitando empresas mais longes, estruturadas e de maior alcance.

De olho no Jornal: Que função exerce dentro da TV Jornal atualmente?

André: Eu sou coordenador do setor de Jornalismo, especificamente com relação ao Jornal da Cidade, que é o nosso noticiário diário, devido à coordenação com o coordenador Rodrigo Piscitelli. Sou responsável por matérias também, sou repórter de rua e faço a finalização do jornal. Sou eu quem faz uma última correção no produto final.

De olho no Jornal: Quantos jornalistas atuam na TV Jornal?

André: Formados? 5.

De olho no Jornal: No tempo de atuação na TV Jornal, o que mais marcou sua vida profissional?

André: Teve alguns acontecimentos surpreendentes, mas o que mais me marcou foi a morte do Lucas Babolin, aquele garoto que quebrou o pé, foi operado e entrou em estado vegetativo. Houve um problema com a anestesia, e três horas antes de ele ir para a China para fazer uma cirurgia de células tronco ele morreu, aí fomos cobrir o enterro dele. Foi um “troço” assim, que pela lástima foi bastante difícil não se deprimir e não se envolver. Sorte que a família foi bem receptiva, até porque recebeu bastante apoio da comunidade. Então a família dele falou comigo, porque senão ia ser bem complicado fazer. Uma pauta bem difícil, em um domingo de manhã. Um clima horrível. Esse foi o fato que mais me marcou.

De olho no Jornal: Falando de pauta, quanto tempo leva para elaborar uma boa pauta?

André: É bem relativo o tempo, eu acho que uma pauta de TV bem elaborada tem a preocupação com a imagem, fundamental e número um, e número dois personagem. São as duas coisas mais importantes que o assunto. O assunto vem depois, porque o assunto fica impresso ou na internet – Google (risos). Agora para a TV você precisa fazer a conexão com o telespectador. Digo que é mais importante, mas é claro que o assunto bem estruturado, o foco e tudo mais também são relevantes, mas por que eu estou colocando como mais importante? Porque é uma coisa que geralmente se esquece, que é o poder que tem um personagem na matéria. Com o poder de um personagem você ganha a matéria. Com um belo personagem você transforma uma matéria que é um lixo em uma maravilha.

De olho no Jornal: Certo, mas tem pautas que demoram um dia todo e outras pautas que são feitas em uma hora ou menos. Qual o motivo dessa diferença?

André: Ah sim, aí vocês estão falando do “cara” que não te atende na hora, não é? Isso aí acaba sendo a diferença entre uma empresa grande e uma empresa pequena. De repente em uma empresa regional e pequena, você não tem tempo para esperar um “cara” de uma instituição complicada, como por exemplo, da polícia militar. Aí é uma grande burocracia, aqui a gente tem uns atalhos, mas geralmente é uma grande burocracia. Ou, por exemplo, o Governo do Estado que é extremamente burocrático. O que ocorre é que você ignora os “caras”. Você vai pro pau – por exemplo, em uma crítica - e depois você pega, anota retorno e dane-se. Geralmente empresa pequena faz isso. Empresa grande não, aí vai da importância de você ouvir determinada figura. O tempo é muito relativo e vai de acordo com a abordagem que você vai fazer.

De olho no Jornal: A TV Jornal é considerada uma TV de que porte?

André: Eu diria que a TV Jornal é uma TV de uma grande amplitude regional, mas acredito que como não tem nenhum grupo gigantesco por trás, ela sofre os mesmos dilemas de uma pequena. Vamos dizer que é uma empresa de médio porte, e por conta de tudo isso que eu falei, ela tem a responsabilidade de levar uma programação sozinha, ou seja, o empresário aqui, ele que se dane. Essa coisa do educativo, na verdade, são denominações que no cotidiano pouco influem. A gente tem que se preservar em relação até a nossa concorrente. A gente vê coisas que eles mostram como, por exemplo, acusados sendo mostrado o rosto, acusados de crimes sexuais, essas coisas, e a gente se resguarda, tendo como parâmetro a questão do educativo. Eu diria que a gente sofre bastante a limitação do tamanho, e mesmo sendo de médio porte, às vezes a gente acaba se sentindo como pequeno nesse sentido. Sem nenhuma retaguarda. E nesse sentido, até que vocês falaram da pauta, milhares de momentos não dá pra você esperar o dia seguinte, você tem que detonar com o que você tem na mão.

De olho no Jornal: Como vocês lidam com as notícias de última hora e com toda a correria decorrente dessas?

André: Com as notícias de última hora você joga a pauta cotidiana para lá e vai pro pau. Na verdade, é preciso ter um coordenador muito atento, um “cara” que esteja dentro do estúdio fazendo todas as conexões, fazendo a inserção do fato, não só introduzindo com uma bela escalada, mas também jogando pra cima, de repente no primeiro bloco – ou não. E principalmente já antecipando algumas repercussões, como por exemplo, uma explosão de uma empresa de produtos químicos. Ele já tem que ligar pra SETESB, saber se a SETESB tinha tudo em ordem, ligar no bombeiro pra saber se morreu alguém. Porque ele chegou depois, com o fogo lá em cima. Será que morreu alguém? Ás vezes não é o bombeiro, chegou primeiro a polícia, então é a correria não só do fato em si, mas sim de como isso vai chegar da rua rápido. O “cara” tem que correr atrás e ver como vai inserir o produto.

De olho no Jornal: Acredita que a não obrigatoriedade do diploma de Jornalista afeta no mercado? O que pensa dessa decisão do STF?

André: Acho que foi uma decisão bastante descompromissada que foi tomada pelos mesmos ministros que transformaram essa instituição aí em, praticamente, não vou falar um circo porque seria muito polêmico. “Caras” polêmicos como o Gilmar Mendes... Acho que o STF foi bem descompromissado ao tomar essa posição, não se aprofundou na importância da técnica jornalística, não avaliou a relevância do referencial que o “cara” aprende em sala de aula. Ele simplesmente se baseou em alguma “frutica” que ele teve com alguém, eu acredito. O argumento das empresas foi: “Para escrever basta viver”. Um argumento fraquíssimo, um argumento de quem defende o mercado acima de tudo, fundamentalmente, de quem não sabe o que está falando. Acredito que as empresas sérias continuarão a exigir o diploma e acho que as pessoas não devem deixar de buscar o diploma, pois quem está aqui sabe o quanto faz falta. Eu, por exemplo, sinto falta de aulas que eu matei, de coisas que eu não me aprofundei. Eu acho muito importante a técnica jornalística.

De olho no Jornal: Você acha que a mídia conta com total liberdade de expressão aqui no Brasil?

André: Acho que estamos em uma situação bem melhor que no passado, agora a liberdade é uma coisa mais das empresas, como por exemplo, o crescimento da Record. Quanto mais empresas, mais há um policiamento mútuo sobre isso. Só que ao mesmo tempo as empresas se posicionam de forma institucional e ocorre essa guerra aí, como por exemplo, essa guerra boba que há entre a Globo e a Record. Os interesses escusos são expostos. Eu acredito que esse conceito de liberdade é relativo, extremamente relativo.

De olho no Jornal: Há rivalidade entre a TV Jornal e sua concorrente, Mix Regional?

André: A rivalidade existe muito mais da parte deles que estão chegando agora e que estão um pouco atrás na amplitude da audiência. Eu te diria que eu não assisti nenhum jornal deles em todo o ano de 2009. A gente não sabe o que eles veiculam, a gente não os vê. Os programas policiais é que incitam mais essa competição, mas o jornalismo em si não, não há rivalidade.

De olho no Jornal: Na sua profissão de repórter, tem algum assunto que você quer cobrir, mas ainda não teve a oportunidade de cobrir?

André: Eu gostaria de cobrir uma eleição para presidente da câmara, ao vivo. Isso é o que eu mais gostaria de fazer, porque eu acho que é nesse momento que rola o instantâneo do que vai ser o governo, a relação câmara e governo municipal.

De olho no Jornal: Qual o relacionamento que você possui com seus colegas de trabalho?

André: É um pouco difícil conviver um dia inteiro de trabalho com os mesmos colegas, é muita correria. Eu chego na TV e saio para rua trabalhar como repórter. Mas, quando trabalho dentro da TV com os meus colegas de profissão o relacionamento é muito bom sim. Não tenho de que reclamar.

De olho no Jornal: Com toda rotina de trabalho de um repórter que sempre está à mercê de pautas de última hora e muita correria, sobra tempo para família e diversão?

André: Tem sim. A gente tem uma carga horária bem estabelecida, com escala e tudo mais. A gente tem um esquema de plantão bem regulamentado. Acho que o impresso seria uma coisa mais “pescoção”, mas a TV é diferente. Eu ouço falar sobre isso, mas acredito que sejam empresas mal organizadas. Eu acredito que nada justifica o “cara” ficar 24h trabalhando, a Folha de SP, por exemplo, faz os chamados “pescoções”, mas eu acho que nada justifica. Um plantonista só dá conta, essa questão não me trás problemas. Sobra tempo pra diversão e família sim.

De olho no Jornal: Qual a importância do Jornalismo na sociedade para você?

André: Eu diria a vocês que hoje eu confio em apenas duas instituições no Brasil pós-democratização, do resto nenhuma é digna de confiança. Essas duas são o Jornalismo e o Ministério Público. De resto, justiça, legislativo, executivo... é impossível confiar. Você tem que sempre desconfiar, sempre policiar, sempre buscar o máximo estar com o pé atrás.

De olho no Jornal: Por que o Jornalismo é digno dessa confiança?

André: Pela proposta que ele tem. Ele tem que viver dessa credibilidade, dessa busca pela liberdade e imparcialidade. Se ele não fizer isso, ele acaba perdendo muito. Eu sou testemunha viva de momentos em que a empresa tomou opções que foram equivocadas e daí, a perda imediata. Principalmente televisão. O “cara” vê na tela que ta vendo sacanagem ali e o no dia seguinte já não assiste. É um “troço” assim, bem sério.

Entrevista: Grupo de Olho no Jornal
Publicação: Ana Paula Rosa
Foto: Thalles da Silva

Entrevista com Rodrigo Piscitelli

Rodrigo Piscitelli, 33, é Jornalista formado pela UNESP de Bauru no ano de 1995. Trabalha na TV Jornal há 12 anos. Atua na função de Coordenador de Jornalismo.


De olho no Jornal: Como foi o início da sua carreira? Foi difícil chegar onde está hoje?

Rodrigo: Comecei em jornal impresso ainda antes de sair da faculdade. Eu tinha feito estágio em um jornal da cidade de Limeira e quando estava no último semestre da faculdade voltei para Limeira, pois eu fiz faculdade fora, e então surgiu oportunidade naquele mesmo jornal que eu tinha feito estágio. Todo mundo já me conhecia e entrei. Comecei como auxiliar de redação e então virei repórter, depois ajudei no fechamento, virei editor chefe, saí e agora estou aqui na TV.

De olho no Jornal:
Quanto tempo possui de profissão?

Rodrigo: Eu comecei a trabalhar em 1998, portanto 12 anos.

De olho no Jornal: Que função exerce atualmente dentro da TV Jornal?

Rodrigo: Coordenador de Jornalismo.

De olho no Jornal: Nesse tempo de atuação, qual o fato que mais marcou sua vida profissional?

Rodrigo: Precisaria pensar, pois tiveram várias coisas. Mas acho que foi uma CPI que teve em Limeira uma vez, que foi chamada “CPI do Asfalto”, que investigava denúncias de irregularidades em contratos de asfaltamento da prefeitura e houve denúncias de corrupção e etc, e eu consegui as fitas com as gravações das conversas e isso teve grande repercussão na época.

De olho no Jornal: Qual o tempo médio que leva para a preparação de uma boa pauta?

Rodrigo: Depende da pauta. Preparar a pauta em si não é um processo demorado. Quando é uma pauta mais apurada que exige mais pesquisas e mais informações, às vezes uma tarde de trabalho basta para fazer a pesquisa e a busca de dados. Quando é algo mais “hard news”, mais do dia-a-dia, é rápido, em coisa de meia hora você tem as informações pra mandar o repórter pra rua.

De olho no Jornal: No programa CQC da TV Bandeirantes (15/03/10) houve uma censura do quadro “Proteste Já”, que tinha por finalidade buscar respostas a um mal uso de recursos da prefeitura de Barueri denunciado pela população da cidade. Já aconteceu com o senhor algum tipo de censura?

Rodrigo: Judicial não. Já aconteceu por motivos econômicos, grupos que às vezes patrocinam os veículos de imprensa que tentam barrar informações, mas judicialmente não.

De olho no Jornal: Como vocês lidam com as notícias de última hora? É muita “correria”?

Rodrigo: Muita correria. Em jornal isso é um pouco mais fácil, porque basta um telefonema que você resolve, tendo as informações você escreve e publica. Na televisão isso é mais complicado, é preciso ter imagem, uma entrevista sobre aquele assunto, portanto, invariavelmente as notícias de última hora são dadas de modo que o repórter vai para frente da câmera e relata o que está acontecendo, afinal, muitas vezes quando a notícia é extremamente de última hora não dá tempo de pegar imagem, fazer entrevistas e etc. Mas é uma correria sempre. Agora, só pra frisar, nesses casos eu adoto uma postura que eu acho muito importante que é: você só divulga aquilo que você possui absoluta certeza, aquilo que você apurou. É muito comum nessas ocasiões chegarem informações truncadas, chegar uma boataria, chegar um “parece que” e “parece que” não é notícia. Então eu só divulgo o que eu efetivamente apurei, ainda que seja menos do que as outras pessoas estejam falando. Nesse caso eu uso a teoria de que menos é mais.

De olho no Jornal: Com toda essa rotina de trabalho, quanto tempo sobra para a família e diversão?

Rodrigo: Um dos motivos para eu sair do meu outro emprego, o do jornal, foi esse (risos). Não tinha rotina. Não existia tempo pra rotina. Era o domingo quando não tinha nenhum evento especial no domingo. Mas durante a semana, esquece! Na televisão eu consigo controlar mais isso, as pessoas conseguem controlar mais isso. Mas a produção de jornal é efetivamente 24 horas, você começa a fazer às sete da manhã e você vai terminar a edição e a parte de produção 0 hora, 1 hora. Então esquece. Não tem família, não tem aniversário de primo, não tem casamento, não tem festinha de amigo, não tem nada disso.

De olho no Jornal: Qual universidade o senhor cursou?

Rodrigo: UNESP – Universidade Estadual Paulista, em Bauru.

De olho no Jornal: Acredita que a não obrigatoriedade do diploma do curso de Jornalismo afeta muito no mercado? O que pensa sobre essa decisão do Supremo Tribunal Federal?

Rodrigo: Sou contra a decisão. Ponto! Acho que o argumento foi muito fraco, em minha opinião. Alegar que o diploma impede que as pessoas manifestem sua opinião é um absurdo. Eu nunca vi, pelo menos na fase democrática do Brasil, qualquer veículo de imprensa impedir a opinião de qualquer um de ser manifestada. Qualquer pessoa tem liberdade para se manifestar. A questão do diploma envolve técnicas jornalísticas que são muito diferentes da simples liberdade de opinião, pois não é qualquer pessoa que saiba falar ou escrever que consegue fazer as apurações jornalísticas para uma matéria jornalística. Então, para mim, dizer que não há tecnicidade no trabalho do jornalista é desconhecer a profissão. Sou contra a decisão e a favor do diploma, mas acredito que o mercado acaba selecionando e as grandes empresas vão continuar contratando profissionais das faculdades de comunicação. O que pode acontecer é que empresas menores, do interior, possibilitem algumas pessoas como aquele “coleguinha” que escreve bem, ou que fala na rádio de acabar entrando também. Mas o mercado vai se encarregar de separar os jornalistas de verdade dos que estão se aventurando na área.

De olho no Jornal: Qual área do jornalismo mais te atraia antes de começar a trabalhar de fato na área?

Rodrigo: Por incrível que pareça sempre gostei de televisão. Comecei a trabalhar com jornal porque, enfim, foi a porta que me abriu e me apaixonei. Adoro jornal e acho que todo jornalista devia passar pelo jornal impresso. Acredito que devia ter um estágio obrigatório, assim como os médicos precisam fazer a residência em hospitais, acho que devia ser obrigatório que todos os jornalistas ficassem pelo menos seis meses, ainda durante a faculdade, em um veículo impresso. O jornal é, para mim, a melhor escola de um jornalista. Mas hoje que eu estou na televisão voltei a me apaixonar por uma paixão antiga. Dizem que paixão antiga a gente nunca esquece, não é? Então, hoje eu estou apaixonado pela televisão.

De olho no Jornal: Quando está em casa, qual meio de comunicação mais lhe agrada?

Rodrigo: Eu passo o domingo inteiro praticamente lendo jornal. Acabo meu almoço e fico até umas seis horas da tarde só lendo jornal. Saio para passear um pouco, volto à noite e continuo lendo jornal. Adoro ler jornal. Mas gosto também de boas reportagens de televisão e internet, pois é inevitável hoje não ter contato com a internet. E ouço rádio no carro sempre ligado na CBN, então por todo o meu trajeto de carro eu estou ouvindo notícia. Eu sou meio fissurado nisso, tenho prazer. Fico ouvindo notícia quase que 24 horas. Ouvindo e vendo.

De olho no Jornal: Para o senhor, o que é Jornalismo e o qual sua importância?

Rodrigo: Eu nunca gostei muito dessas definições como: o que é jornalismo. Prefiro dizer a importância do Jornalis
mo para a sociedade. Para mim, o jornalista tem alguns papéis que são essenciais para a vida democrática de qualquer país que são: intermediar o contato entre o poder público e a sociedade; servir de canal para a sociedade manifestar seus desejos, seus problemas, suas críticas; servir de fonte de cidadania e também servir de meio de fiscalização do poder público. Considero esses quatro pilares sagrados para o Jornalismo e estes fazem da profissão algo nobre, não mais nobre que as outras, mas tão quanto outras. Jornalismo é também muito importante, diria essencial, para uma sociedade democrática, afinal, você pode ter um país e ter uma democracia sem médico, por exemplo, mas não pode ter uma democracia sem uma imprensa livre.

Entrevista e Publicação: Ana Paula Rosa
Foto: Thalles da Silva

De olho no Jornal visita "TV Jornal"

Grupo visitou os "bastidores" de uma das TV's mais conceituadas e de maior abrangência de Limeira

Recebidos e orientados por Rodrigo Piscitelli - no dia 9 de abril de 2010 - De olho no Jornal visitou e fotografou a estrutura, estúdios, switcher e salas de edição da "TV Jornal".

O coordenador de Jornalismo, que já havia dado entrevista para o blog "De Olho no Jornalismo", abriu as portas novamente da emissora para, dessa vez, a visita de todo o grupo.

Após a visita e registros fotográficos, o pessoal aguardou pela chegada de André Luis da Silva Montanhé, o qual atua como coordenador de Jornalismo juntamente com Rodrigo e também como repórter de rua.

Em clima de descontração, foi realizada entrevista com Montanhé, a qual contou com conteúdo interessante e informativo, além de polêmico (como, por exemplo, a questão da rivalidade entre as duas emissoras de TV da cidade de Limeira).

Embora o repórter estivesse um pouco apressado pelo fato de ter uma pauta em Piracicaba em menos de 40 minutos, atendeu atenciosamente o grupo e rendeu ao De Olho no Jornal um ótimo trabalho.

Matéria: Ana Paula Rosa

Algumas fotos da visita

Estúdio "Casa & Companhia": O programa conta com entrevistas, variedades, gastronomia, artesanato e moda

Estúdio "A Hora da Informação Verdade": Programa Policial

Estúdio “Fatos e Notícias”: Programa que conta com entrevistas, entretenimento e notícias

Switcher: Aqui são realizados cortes de câmera e G.C

Sala de Edição: Os programas da TV Jornal são editados nessa sala.

Publicação e Legendas: Ana Paula Rosa
Fotos: Site "TV Jornal"; Thalles da Silva

terça-feira, 1 de junho de 2010

Alunos da Facom participam do XV Congresso de Comunicação

Estudantes de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Rádio e TV e Web Design viajaram até o Espírito Santo para o Intercom Sudeste; o evento ocorreu entre 13 e 15 de maio.

Diversão, bagagem cultural e acadêmica, histórias e muito cansaço. Essas palavras resumem uma viagem de 17 horas que parte dos alunos de Comunicação Social da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) realizaram no dia 12 de maio de 2010.

Contando com a presença dos professores Belarmino César, Paulo Roberto Botão e Luiz Veloso – que foram de avião em viagem com duração de aproximadamente duas horas – os alunos desfrutaram da programação do Intercom, a qual contou com oficinas, mini-cursos, exposições e apresentações de trabalhos.

Durante o breve período em que permaneceram na capital Vitória, os alunos da Unimep tiveram a oportunidade de conhecer outros estudantes das diversas faculdades da região sudeste. Entre eles, alunos do Instituto de Ciências Aplicadas (Isca), que também estava representando o estado de São Paulo.

Oficina Tiago Leifert: Jornalismo Televisivo - Como fazer?

O Isca, que fica localizado em Limeira, teve um trabalho de Publicidade e Propaganda aprovado para o Congresso. “Gostei de participar, profissionalmente foi sensacional. Foi incrível também conhecer pessoas de várias faculdades, culturas e costumes. Adorei as festas, as novas amizades e reencontrar as antigas. Só não achei justo o resultado. Perdemos para um trabalho que, deixa pra lá! Mas ano que vem a gente volta em mais de uma categoria", relatou Ivan Costa, estudante do 7º semestre de Jornalismo do Instituto.

Dos cinco trabalhos apresentados no evento, a Unimep teve dois selecionados para a fase nacional da Expocom. Um na área de jornalismo opinativo e outro, revista impressa.

O artigo de jornalismo opinativo vencedor foi o intitulado “Arte & tendências: Heavy Metal definindo conceitos”, produzido pelos alunos Bruno Bianchim Martim e Thiago Sanchez Gaspareto do 5º semestre.

Na categoria revista impressa, foi a “Revista Painel - Ciência e Cultura”, elaborado pelos alunos Iuri Domarco Botão, Kaleo Alves e Mônica Camolesi. "No trabalho descrevemos a estrutura da revista e exploramos as circunstâncias em que é produzida, passando pelas etapas de planejamento, produção e edição", relatou Botão, aluno líder da revista Painel.

O congresso serviu como experiência tanto para os que estão iniciando o curso de comunicação, como para os que já estão finalizando. "O Intercom por si só é uma experiência muito boa. Ter esse contato com o que esta sendo feito em outras universidades nos leva a querer produzir mais conteúdo. Como expositor, o “feedback” que tivemos foi incrível e no próximo ano espero levar outros trabalhos”, afirma Antonio Grella, estudante do 7º semestre de RTV da UNIMEP, que expôs o trabalho “Sig.INT” na categoria Produção Multimídia.

Mas, nem tudo era congresso, estudo e informações. Os alunos utilizaram as horas vagas para visitar as as praias da capital e de Vilha Velha e diversos lugares e culturas diferentes que a cidade dispõe. "Adorei a cidade de Vitória. Além de ser limpa, as pessoas são muito educadas. Há também a questão da cultura, que é muito diferente do estado paulista. Um ponto que achei bem estranho é em relação à comida. Um exemplo é usar repolho para forrar os pratos de porções", comenta Raphaela Spolidoro, aluna do 7º Semestre de Jornalismo, que apresentou o “Jornal na Prática” juntamente com Luan Antunes.
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De fato, o sucesso da viagem e a repercussão das boas histórias animaram os alunos da Facom a participarem do Intercom Nacional, que será realizado entre 6 e 9 de setembro em Caxias do Sul/RS. Afinal, essa viagem com certeza vai ficar na memória de muitos pelas amizades e parcerias que, como completou Antônio Grella de Rádio e TV, “podem ecoar para depois do Intercom”.

Matéria e Publicação: Ana Paula Rosa
Fotos: Ana Paula Rosa, Antonio Grela e Site do Intercom

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Saindo um pouco da teoria...

Alunos de jornalismo da UNIMEP visitaram a sede do Jornal de Piracicaba e acompanharam como é na prática a realidade de um veículo de comunicação

Turma do 1º jornalismo da UNIMEP conheceu as depedências do Jornal de Piracicaba.
(Foto: Carla Juliana de Oliveira - blog Jornal Expresso).


Após um pouco mais de dois meses de aulas no curso de Jornalismo da UNIMEP, no dia 28 de abril, os alunos do 1º semestre do curso realizaram pela 1ª vez uma visita a um veículo de comunicação.
O local visitado foram as dependências do Jornal de Piracicaba – veículo de grande influência na cidade e pertencente ao seleto grupo dos jornais com mais de 100 anos de existência no país, visto que o JP foi fundado em 1900.


O Jornal de Piracicaba foi fundado em 1900, pertence ao seleto grupo de jornais brasileiros que têm mais de 100 anos de vida. A editora-chefe do JP, Marisa Massiarelli Setto, destacou a importância do veículo e o classifica como o melhor da região.
(Foto: Filipe Sousa).

Logo na chegada, a jornalista Marisa Massiarelli Setto foi quem recepcionou os jovens estudantes e os conduziu até a sala onde foi ministrada uma pequena palestra. O editor de paginação do jornal, Carlos Eduardo Castro, também recepcionou os alunos e junto com Marisa participou da curta, porém produtiva e interessante palestra.

Acompanhados pelo professor e coordenador do curso de Jornalismo da Universidade Metodista de Piracicaba, Paulo Roberto Botão, os jovens ouviram por cerca de 40 minutos os desafios, as ambições, os fatos que permeiam o cotidiano do jornal e também receberam algumas dicas sobre a profissão.

Marisa, que exerce a função de editora-chefe do veículo, discursou sobre as principais características do jornalista, segundo Marisa, se interessar por tudo e estar lendo sempre é de fundamental importância. A apuração dos fatos, realizada com responsabilidade, coerência e acima de tudo, ética, é algo que o jornalista deve prezar sempre.
A questão polêmica com relação ao diploma também foi levemente abordada pela jornalista, segundo ela, o estudo é fundamental e o JP não abre espaço para profissionais sem diploma.

Sobre o JP, Marisa relatou que, por tudo o que o jornal vem realizando e com o seu alto grau de influência e credibilidade em Piracicaba e em algumas cidades vizinhas, o Jornal de Piracicaba é o melhor jornal da cidade e da região. O JP também circula em outras cidades e conta com uma edição especialmente desenvolvida para a cidade de São Pedro.

Marisa ainda respondeu a algumas perguntas dos aspirantes a jornalistas, em uma delas destacou a importância de se cobrir esportes, assunto que gera muito interesse, em especial os jogos do XV de Piracicaba, time do coração da maioria dos piracicabanos.
Marisa Satto também falou sobre os estágios, a jornalista disse que os candidatos para as vagas de estágio no jornal devem, essencialmente, estarem por dentro do dia-a-dia da cidade de Piracicaba, sabendo, por exemplo, o nome do vice-prefeito e do presidente da câmara de vereadores do município entre outras questões relevantes. Uma pauta também é dada a cada candidato, os que produzirem as melhores reportagens são chamados para o estágio.

Carlos Eduardo Castro também deu suas declarações durante a palestra. Carlos cuida de toda a parte de diagramação e paginação. Os projetos gráficos e visuais do JP passam pelo seu cuidado.
Castro, que trabalha no jornal desde jovem, relatou que por conta do árduo trabalho, teve que trancar o curso de jornalismo que fazia na própria UNIMEP. “Ainda dá tempo para voltar.” Disse, em tom de humor, o professor Paulo Roberto Botão.

Ainda sobre a paginação, Carlos deu ênfase aos cadernos suplementares que o jornal produz e falou sobre a importância do jornal possuir uma característica própria e estabilizada perante os leitores. “Se alterarmos o projeto gráfico do jornal e o leitor após ler, disser que aquele não é o Jornal de Piracicaba, então é necessário refazer o projeto. "O jornal não pode perder a sua identidade.” Afirmou Carlos.

Carlos também relatou sobre os desafios de fechar um jornal que traz vários cadernos diferentes todos os dias e com uma carga intensa de informações.

Diagramação: Segundo Castro, investir em projetos gráficos que carregam a identidade do jornal é um fator de muita importância.
(Fotos: Filipe Sousa).

Um passeio por todos os setores das instalações do JP também fez parte da visita dos alunos. Desde a redação, conhecendo a sala das chapas de impressão, depois a editoração eletrônica e finalizando na gráfica, onde, segundo Castro, é produzida uma média de 16/17 mil edições do jornal por dia. Nos domingos a tiragem sobe para em média 22/23 mil edições.


Desafio constante: Carlos Eduardo Castro explica que quando a edição já está pronta, o trabalho ainda não chegou ao fim, na gráfica os desafios continuam: "Jornal que chega depois das 7 horas na casa do assinante é jornal velho.
(Fotos: Filipe Sousa).


O desafio não para quando a edição já está fechada e as rotativas já imprimem o jornal, segundo Castro: “Jornal que chega depois das 7 horas da manhã na casa do assinante é jornal velho, pois vários saem antes desse horário para o trabalho, muitos lêm o jornal antes do trabalho ou o levam para lerem lá.”


A redação do JP é dividida em ilhas editoriais, garantindo interação entre os jornalistas.
O ambiente de uma redação pode vir a ser rotina para muitos dos alunos em um futuro não muito distante.
(Foto: Filipe Sousa).

Para muitos dos alunos, a oportunidade de visitar as instalações de um veículo informativo foi algo pioneiro, um dia que ficará na memória.
Circular pelas dependências de um jornal, algo que pode se tornar rotina para muitos deles daqui alguns anos.


Matéria: Filipe Sousa
Publicação: Ana Paula Rosa

“Jornalismo deverá ter inovações, agilidade e improviso”, disse gerente da EPTV

No dia 12 de Abril, os estudantes de Jornalismo da UNIMEP (Universidade Metodista de Piracicaba), assistiram à Aula Inaugural do Curso de Jornalismo de 2010, que teve como tema “Jornalismo, regionalização e plataformas multimídias” ministrado pelo gerente de Jornalismo da EPTV Campinas – Rede Globo, Duílio Fabbri Júnior, no Auditório Verde, Campus Taquaral da UNIMEP.

Como jornalista, ele contou sobre suas experiências com os novos parâmetros de linguagem e tecnologia. Fabbri Jr. disse que telejornais não usarão mais o telepronter, um dos principais pontos para tornar a comunicação entre repórter e telespectador mais dinâmica. Ele falou que o uso de “stand up’s” cresceriam e que as edições das matérias seriam mínimas, pois todas as informações televisivas seriam feitas com entradas ao vivo.

Segundo ele, a TV digital tomou o lugar da audiência da TV analógica, além de trazer conteúdos mais qualificados. Ele enfatizou que a TV digital facilita para aqueles que diziam não possuir tempo para assistir televisão, pois com a tecnologia o usuário pode acessar o canal e assistir o programa a hora que desejar.

O gerente de Jornalismo finalizou dizendo que o telespectador precisa de boletins com linguagem simplificada para que entenda a informação com rapidez, e completou que além das notícias informadas, poderão existir tarjas no rodapé da TV com uma segunda notícia, ou até uma terceira, e todas elas focadas no usuário.

Matéria: Mariana Balam
Foto e Publicação: Ana Paula Rosa

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Marcelo Batuíra ministrou palestra aos alunos de Jornalismo

Em pleno 7 de abril - dia do Jornalista - o diretor do Jornal de Piracicaba Marcelo Batuíra ministrou uma palestra aos alunos do 1º e 7º semestre do curso de Comunicação Social - Habilitação em jornalismo.

De maneira descontraída, Batuíra comentou sobre os custos do jornal, sobre quão caro é um espaço nesse e o valor do papel usado.

O palestrante disse que a grande dificuldade do futuro será fazer a migração do conteúdo do jornal para a internet, afinal, há a questão da credibilidade. Segundo ele, quando a maioria das pessoas lê uma notícia na internet, sempre procura confirmar a informação em questão.

Outro ponto abordado por ele foi o fato de que o cliente do jornal não é apenas aquele que o compra ou assina, afinal, o leitor não é necessariamente quem paga pelo jornal. Existe o famoso “empréstimo de jornal” e por isso, o mesmo é feito para um público maior do que aquele que o adquire. Por esse fato, é necessário agradar a um público muito grande, formado por crianças, homens, mulheres, gays... Em suma, o jornal precisa agradar a todos os gostos.

O diretor do Jornal de Piracicaba revelou que se o jornal tiver alguma notícia que prejudique algum anunciante, esse não deixará de dar a mesma, visto que, se for preciso escolher entre os dois, será como precisar escolher entre os leitores e o anunciante. Portanto, eles escolherão os leitores, pois são esses que dão razão à existência do Jornal.

Marcelo Batuíra finalizou abrindo espaço a perguntas e, em resposta a uma delas, colocou sua posição sobre o diploma do curso de Jornalismo. Disse que a capacidade é mais importante em um jornal que propriamente o diploma, porém, que na faculdade aprendemos as técnicas e provavelmente passaremos na frente dos que se aventuram pela área jornalística.

Em tom de descontração, Marcelo Batuíra abordou temas jornalisticos sérios e interessantes, brindando o dia do Jornalista com sua palestra.


Matéria e Publicação: Ana Paula Rosa
Fotos: Thalles da Silva

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Entrevistando...



Perfil:

Adinan Zayat, casado, 35 anos, formado em 1999 pela Unesp de Araraquara em Ciências Sociais. Hoje mora em Piracicaba. Leciona Sociologia no Colégio Cotip em Piracicaba na Fundação Municipal de Ensino. História no Colégio Pró-Cultura Anglo em Santa Bárbara d’Oeste. Geografia no Colégio COC em Piracicaba e no Cursinho Municipal de Piracicaba.

Na época da ditadura militar embora houvesse imprensa, havia restrições ao jornalismo, tendo em vista que este só existe de maneira plena se há “liberdade de expressão”. Levando isso em conta, qual é o poder de liberdade de expressão que o jornalismo possui atualmente? Ainda há censura?

Eu acho que liberdade de expressão existe, mas levando em conta a censura, que também existe. Você tem certa liberdade de expressão em alguns meios de comunicação e em outros menos. O que seria a censura hoje, pra gente ter citado. O Regime Militar, mesmo anteriormente com o Estado novo, mas também com o Regime ditatorial no Brasil tanto Ditatorial como você teve no Militar. Você tinha a censura que era feita pelo próprio estado, o estado fazia a censura em cima dos meios de comunicação. Hoje essa censura, você tem os próprios meios de comunicação que faz censura, eles fazem muita censura que chegam através da mídia para a gente, eles vão lá e colocam a informação que é privilegiada para eles, que vale a pena para eles colocar essa informação ou não. Mas principalmente, acho que hoje, existe uma censura criada pelos juízes, pelo Poder Judiciário. Enquanto não temos mais um general que vai lá e diz que a Folha de S. Paulo não pode escrever sobre aquilo, o blog tal não pode falar sobre tal coisa, você tem juízes que geram censura. Então eu tenho um blog, que é uma questão que vamos montar aqui para frente, eu falei mal de um político qualquer e esse político entra com uma ação contra o Adinan que é proibido pelo juiz de falar ou de citar o nome daquela pessoa, daquele político, daquele empresário, ou seja, lá quem for. Então, de uma maneira ou de outra, a gente continua censura no Brasil e muito forte, a gente só mudou, desde o Império Romano, nós ouvimos falar dos censores. Então, censores existem na vida, existem no Mundo, do qual a gente vive desde que o mundo é mundo. No Império Romano, as informações eram censuradas, os próprios senadores eram censurados em Roma, eles que deveriam ser os homens bons que deveriam dar o caráter de cidadão, o exemplo da cidadania da população eram censurados. Aqueles que eram contra os ideais romanos, aqueles que eram contra as tradições romanas eram tirados os poderes políticos. A gente vai ter vários estados ditatórias posteriores a esse no Império Napoleônico, no Brasil, como já citei no Estado Novo, na ditadura militar, onde o próprio estado gera essa censura e hoje simplesmente a censura trocou de mão, a censura em vez de ser feita pelo próprio estado, hoje ela é feita pelos juízes. Porque a partir do momento que eu não tenho a liberdade de ver um corrupto fazendo alguma coisa errada e colocar essa informação para essa população, e essa pessoa não quiser votar ou o político tal estava envolvido na máfia dos correios, se o indivíduo entra com uma ação no STF então o povo não vota nele, para não houve nada com ele ninguém pode escrever sobre. Então, só mudou o poder de mão.

Em sua opinião, qual a diferença entre o jornalismo em um país socialista, por exemplo, em Cuba, e o jornalismo em um país capitalista, como o Brasil?

Como estava falando na pergunta anterior, a gente tinha anteriormente no Brasil o próprio estado fazendo a censura. Nós países socialistas, tem sim censura, e eu como um defensor marxista que sou do socialismo falar que não há censura no mundo socialista estaria mentindo, lógico que tem! Mas da mesma maneira que tinha também no Brasil ditatorial e como tem ainda, a única diferença é que enquanto você tem um governo fazendo a censura nesses países socialistas, aqui você tem o Poder Judiciário que faz a censura no Brasil. Então, eu vejo muita diferença, sinceramente, de uma censura gerada pelo estado ou uma censura feita pelo poder judiciário, que para mim, censura é censura a partir do momento que você não tem liberdade de expressão você não pode escrever o que você quer , é censura, não interessa quem faz uma quem faz a outra. Interessa que a censura existe. Isso não quer dizer que eu sou contra a censura, eu acho que tem muito jornalista que abusa do poder que tem não apurar as informações direito, por exemplo, isso a gente vê muito em Jornalismo principalmente no Brasil ou de reportagens que são tendenciosas, ou pra partida de esquerda ou para partida de direita que não existe muito isso no Brasil ou pró-PSDB ou pró-PT. Se pegar a revista Veja em oito anos de governo Lula tem mais de trinta capas ‘falando mal” do governo Lula, falar que não é uma revista tendenciosa? Logicamente que é! Eu se sou o presidente Lula, faço a mesma coisa que o Hugo Chavez vou lá e fecho. Porque é parte de uma intervenção, está sendo descaradamente a mesma coisa que o PSDB criticando a greve dos professores, que é uma greve política por causa das eleições que terá no final do ano contra o Serra, governador de São Paulo para acabar com ele. Mas tanto um lado contra um outro é tendencioso. Mesmo um professor como eu que usa a sala de aula pra formar opiniões, um jornalista forma muita opinião e a gente vive infelizmente em um país que nem todo mundo ou a grande maioria acredita o está na cara de uma revista é a verdade absoluta. A pessoa viu o Jornal Nacional, o Jornal da Band, então a informação que saí dali é a verdade absoluta. Ela não tem a capacidade de procurar novas informações, como na internet que tem um “zilhão” de sites de informações de políticas e de economia e com essas informações criar o conceito dele, a opinião dele. Muitas vezes não tem esse senso de criar essa opinião dentro da população brasileira, eu sempre falo em sala de aula, brinco com meus alunos, principalmente cursinho que brasileiro é vagabundo, vagabundo no sentido do quê? De pegar uma reportagem que viu e toma como verdade e não vai atrás para ver se é verdade. Foi a mesma coisa que aconteceu quando apareciam emails e emails pra todo tanto é lado, recebia um monte de coisa absurda no email e achava que isso era verdade, muitas vezes você não recebeu um email falando sobre algum acontecimento econômico, sobre uma rede de corrupção, sobre um monte de coisa, a coca-cola dando caixas e caixas de coca-cola para quem enviasse vinte emails e assim por diante, hoje a gente sabe que é mentira, mas a gente, eu sei, você sabe, e o pessoal que estuda com você que está na Universidade que faz parte de 3% da população desde país sabe gerar ou pelo menos o curso de Jornalismo teria que ter um senso crítico tem acesso a esse tipo de informação que não deve seguir uma linha, que é a mesma coisa que uma sala de aula, eu sou defensor do marxismo, acho o marxismo lindo, nem por isso eu vou chegar e vou dizer: gente tem que ser todos marxistas! O que eu fazia: o Adam Smith escreveu isso, o Marx escreveu isso. Que vocês acham? Tenham a opinião de vocês. E abrir o leque pra vocês procurarem outras coisas. Quem quer e tem interesse, quer livro? Passava o livro. Passava site. Vai procurar, para você ter a sua opinião. Para não ter opinião gerada pelos outros. Eu vou votar no fulano de tal, porque meu pai votou. É minha mãe, nunca vi minha mãe votar num candidato que meu pai não tenha votado. Por quê? Ela não tem senso critico. Em vez do marido que fala, hoje é a própria mídia. Então a mídia tinha esse poder de criar opinião. Eu tenho poder de criar opinião dentro da sala de aula, mas como esse poder é utilizado? Muitas vezes esse poder deve ser censurado, porque tem gente que extrapola desse poder. Do mesmo jeito que o Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, como a gente acabou de dizer, também extrapola do próprio poder, gerando a censura. Todo mundo tem que saber, partir do momento que a gente não sabe o que agente faz, não tem limite do que a gente faz, a “censura” é colocada. Acho um absurdo uma criança de sete anos dançando na boquinha da garrafa no programa do Faustão domingo três horas da tarde, eu acho que isso deveria ser censurado. Eu acho um absurdo, mas isso é o que o Adinan acha! A gente vive num país democrático. O que é democracia? Me fala nesse mundo que país que é democrático? Democracia de verdade. Democracia, governo do povo. Isso não existe, na verdade, é uma utopia. O mundo não é democrático, o Brasil não é democrático. Os EUA muitos menos. Então, a gente viveu no estado ditatorial e agente vive em uma pseudodemocarcia, onde existe censura então já não é democracia. Os Estados Unidos é um país que censura um monte de coisa. Pega o mundo árabe mais ainda, mulher usa burca pra não pode nem mostrar o rosto em alguns dos países árabes. Então o que é democracia? A gente fala em democracia, a gente fala em censura. Existiu censura no Brasil. Pode voltar existir. Há censura. E não é no Brasil hoje, no mundo hoje. Sempre teve, desde que o mundo é mundo e provavelmente vai continuar tendo, porque o ser humano não tem noção das coisas que faz. O ser humano com o poder na mão sem extrapola do poder que tem ou na grande maioria das vezes, com raríssimas exceções. Infelizmente, ou o estado ou o Poder judiciário tem que agir só que o problema que o próprio poder que teria que agir para moldar um conceito de tradição da sociedade forma de acordo com os próprios interesses que é o que o Poder judiciário faz hoje. Vai e defende o interesse de tal deputado ou tal empresário que não está fazendo isso para as crianças que estão vendo os absurdos na televisão. Eu não posso falar palavrão na sala de aula, mas a novela das oito pode. Hoje mesmo eu ouvi de uma aluna, uma cena de uma paraplégica pedindo para o namorado e maior “sem vergonhice” na novela das oito, então isso é uma coisa corriqueira, normal. Qualquer criança de dez e onze anos está assistindo novela das oito com a mãe. Então, tem que ter censura? Até onde? Eu também não sei. Pois muitas vezes a gente extrapola os limites que a gente tem e às vezes até eu na sala de aula, agente se empolga, mas estou falando pra trinta pessoas. Agora, um jornal ou qualquer meio de comunicação, um blog ou um twitter, um site na internet, olha o alcance que a gente tem! Um alcance mundial! Todo mundo que sabe falar aquela língua, ou até sites que podem ser traduzidos para outras línguas todo mundo tem acesso. E alguém ouve falar alguma coisa sobre o Brasil, porque aquele autor, aquele jornalista, aquele pensador, aquele cientista que não gostou de alguma coisa que aconteceu, as pessoas lá fora lêem aquilo como se fosse a verdade absoluta, porque também não é uma exclusividade do Brasil não ter senso crítico. É uma exclusividade do ser humano, porque a grande maioria não tem senso crítico pega uma informação e toma como verdade e não vai procurar para formar a sua opinião. Coisa que você jornalistas devem e tem como obrigação fazer. Você defender o teu ponto de vista, ótimo, desde que tenha argumentos para isso, não é uma mera opinião. Não é simplesmente eu acho que. Jornalista não tem que achar, Sociólogo não tem que achar nada. A gente vive num mundo desde o iluminismo ou desde o Renascimento Cultural que surgiu o Racionalismo, num mundo onde as coisas são provadas através da ciência eu simplesmente não acho nada. Eu defendo aquela idéia por causa por disso e daquilo. Não é simplesmente eu não gosto do Lula, porque ele não sabe falar inglês, isso é um absurdo ou eu não gosto do Fernando Henrique Cardoso porque ele disse “esqueça tudo que eu escrevi quando eu era sociólogo”. A gente não pode generalizar uma frase ou um período do governo da pessoa, ou um dia ou uma entrevista que ele deu que ele solta uma frase que não é feliz e toma aquilo como um governo de oito anos tanto do Fernando Henrique quanto do Lula, por exemplo. Se o Serra fala que professor ganha sete mil reais e eu nunca recebi sete mil reais na minha vida, eu não vou lá falar que o governo do Serra é uma “porcaria” porque ele mente na televisão, que ele mente qualquer um sabe, O Brasil inteiro sabe que um professor não ganha sete mil reais. Agora eu vejo um monte de professor que não vai votar no Serra por causa disso, isso é um absurdo! E o resto do governo? O que ele fez? Eu não gosto particularmente do Serra por causa de um monte de coisa. Você tem que ter embasamento, ele falou isso, isso, isso, na propaganda dele eleitoral. Ele cumpriu? Não cumpriu? Ele fez essa propaganda eleitoral, eu concordo? Como jornalista o que você acha que é melhor? Como sociólogo o que você acha que é melhor? Aí sim, porque você acha que é melhor? Não é simplesmente eu acho que. Eu acho que a gente volta para o pensamento religioso que não existe mais.

Por meio da internet, jornalistas usam novos recursos, bem como os blogs e twitter – onde esses expõem suas opiniões publicamente e, ao mesmo tempo, mantêm contato com o público de maneira instantânea. Qual sua opinião sobre essas ferramentas vistas como “de trabalho” por esses profissionais?

Eu acho que todo ferramenta de trabalho, toda ferramenta de informação, logo as antigas são interessantes se pegarmos o jornal escrito, o jornal falado, pegar hoje a internet. Todas as ferramentas são interessantes quanto mais ferramentas mais acesso as informações as pessoas terão. O problema é como as ferramentas são utilizadas, ela vai ser bem utilizada, vai ser mal utilizada. Isso vai depender de quem está utilizando essas ferramentas. A gente sabe que tem jornalista sério e tem jornalista que só escreve besteira. O problema de hoje de a gente ter blog e twitter é que as informações são colocadas muito rápidas, você não tem um editor ou um redator, alguém que vai lá e vê o que está sendo colocado nesses blogs “censurar” ou apurar o que a pessoa está escrevendo, isso aquilo não coloca, isso aqui não pode colocar. E assim por diante. Então, vai depender muito de quem está fazendo esse blog e quem está lendo, vai depender muito mais de quem está procurando informação. O pessoal vai ter que saber onde procurar informação. Esse é um blog sério, esse twitter, esse jornalista, essa pessoa, esse sociólogo é uma pessoa séria então eu vou utilizar isso daí, vou utilizar esse site. Agora só voltando um pouquinho na censura. A censura já chegou ao twitter e nos blogs também. Esses dias eu estava vendo uma reportagem da Folha de S. Paulo, que a Folha de S. Paulo proibiu seus jornalistas de colocarem conteúdos, grandes conteúdos que são colocados na Folha de S. Paulo nos blogs deles, se colocar tem que colocar pequenas inserções do que foi colocado da própria reportagem do jornalista. Exemplo: o Adinan Zayat tem um artigo na Folha de S. Paulo, logicamente, usando os direitos autorais, que para você ter acesso àquelas informações é só no site da Folha ou quem é ligado à Folha então, o jornalista que é o próprio dono daquele texto não pode usar no blog particular dele. Uma censura que temos nos blogs também. Voltando na pergunta da censura, existe censura no Brasil? Até feito pela própria imprensa, um exemplo que eu tinha esquecido. A própria imprensa censurando a própria imprensa. Se a gente for pegar o dono dos jornais, os empresários, eles estão defendendo os direitos autorais deles. Eles pagam o salário do jornalista e tem que colocar os textos deles dentro do site do jornal, só pode ser acessado pelos assinantes da Folha ou pelos assinantes da Uol, no caso da Folha de S. Paulo. Mas não é uma censura, não foi eu que escrevi? Se fui eu que escrevi os direitos autorais são meus ou do jornal pra qual eu escrevo? Não sei, mas é mais uma coisa para se discutir, mas muitas vezes a gente vê a imprensa reclamando de censura se ela mesma censura a própria imprensa.

Entrevista, foto e publicação: Mariana Balam

domingo, 11 de abril de 2010

As tendências do Jornalismo diante das novas tecnologias.

Diante das novas tecnologias o Jornalismo se tornou uma espécie de empresa de comunicação com múltiplas plataformas de distribuição de conteúdos, ampliando sua área de atuação, tornando cada dia mais a notícia um bem público. Utilizando todos os meios de comunicação existentes, como por exemplo: os dispositivos móveis como celulares e notebooks; os dispositivos fixos como TVs e computadores e softwares como e-mail, blogs, entre outros.
Poderíamos citar vários tipos de canais de informação, porém, haveria uma grande diversidade.
Um dos principais fatores da tecnologia que foi criado nos dias de hoje, foi através das comunidades virtuais, devido à dispersão geográfica dos membros, distanciando assim dificuldades voltadas a tempo e espaço promovendo o compartilhamento de informações e a criação de conhecimentos coletivos.
Através destes, houve uma segmentação de mercado, a valorização da mídia direta aos pequenos grupos com desejos em comum, usando a televisão, rádio, internet, jornal impresso como principais fontes de informação e comunicação para leitores, internautas e ouvintes atuais.

Texto: Camila Tatiê da Silva

As principais etapas do Jornalismo.

Primeiramente foi desenvolvida a fala, criada no período Neolítico como forma de expressão e comunicação entre as pessoas através de relatos orais, porém, a linguagem não é apenas um conjunto de palavras faladas, obtendo assim no ano 5.000 A.C a escrita cuneiforme criada pelos Sumérios, se tratando da escrita feita com o auxilio de objetos em formado de cunha. Através disso, desenvolveu-se uma maneira mais simples e objetiva da escrita.
No Ano de 2.000 A.C surge o alfabeto criado pelos Fenícios juntamente com um suporte para a escrita, criando-se assim o Papiro (papel usado no Séc. X).
Em 1450 ocorreu o desenvolvimento da imprensa por Gutenberg, utilizando a tipografia criada inicialmente pelos chineses, que, no entanto, não era reutilizável, mas com a criação da prensa tipográfica houve a reutilização dos mesmos tipos para compor diferentes textos, mostrando-se eficaz, sendo utilizadas até os dias de hoje, constituindo a base da imprensa por muitos séculos. Como conseqüência da Tipografia, temos o surgimento das línguas nacionais, a Indústria do Livro, com a Reforma Protestante e a Contra-Reforma.


Texto: Camila Tatiê da Silva

Jornalismo e a sua importância.

Seria difícil imaginar nossa sociedade sem informação e a articulação de pensamento propiciada pela atividade jornalística. O Jornalismo em si, como sociedade democrática, tem condições de servir como voz de todas as partes, estabelecendo uma política de funcionamento. Não é possível dizer que é nas páginas dos jornais que as coisas acontecem, mas certamente as coisas sem essas não aconteceriam da mesma forma.
Uma das primeiras providências de um governo autoritário é controlar os meios de comunicação diretamente pela propriedade ou através da censura, pois assim estará de posse do meio mais eficiente de diálogo dentro da sociedade. Pois por meio deste, as críticas, idéias a favor ou contrárias, denúncias e troca de informações que se espalham.
Tendo informações encobertas e muitas vezes mal apuradas, com a mais pura verdade. Como um todo, o Jornalismo é importante pelas trocas de informações, que de outra maneira seria difícil ou quase impossível de obtê-las.

Texto: Camila Tatiê da Silva

domingo, 21 de março de 2010

Estudantes do 1º semestre de Jornalismo visitam Laboratório de Comunicação


Na última quarta-feira (10), os alunos do 1º semestre de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo, da UNIMEP (Universidade Metodista de Piracicaba), visitaram os Laboratórios de Comunicação que usarão durante todo o curso.

Acompanhados pelo professor e coordenador do curso Paulo Roberto Botão, responsável pela disciplina Introdução ao Jornalismo I, conheceram - nos Laboratórios Fotográficos e Estúdio Fotográfico - desde o revelar do filme de uma máquina analógica, técnicas de fotografia e cenários, até os sofisticados Estúdios de TV, onde receberam instruções sobre transmissão, programa ao vivo e edição.


Passaram também pela Hemeroteca, onde possuem acesso a materiais como gravações de outras turmas, jornais, revistas, DVD’s, entre outros e conheceram os Laboratórios de Informática e a Agência de Notícias.

Os futuros jornalistas fizeram também um bate-papo com os técnicos dos Estúdios de Rádio, que explicaram todos os procedimentos das gravações. Entre outros pontos, os técnicos abordaram os trabalhos de laboratório de voz e utilização dos estúdios para sua realização.
Matéria:
Mariana Balam

Fotos da Visita:

Laboratório Fotográfico. Aqui os alunos aprenderão técnicas de revelações de fotografias e manuseio de câmeras analógicas e digitais.


Estúdio de Fotografia. Fundo infinito para fotos de pessoas ou materiais maiores e mesa com fundo infinito para fotografias de produtos ou materiais menores.


Estúdio de TV. Lugar utilizado para as gravações dos telejornais dos estudantes de Jornalismo da UNIMEP.


Hemeroteca. Possui como principal objetivo proporcionar uma organizada fonte de materiais para leitura e pesquisa aos estudantes de Comunicação.


Laboratório de Informática:
Espaço reservado para o acesso a internet e utilização dos computadores para a realização das atividades propostas.


Agência de Notícias. Local reservado para a discussão de pautas.


Estúdio de Rádio. Mesa usada pelos técnicos para edição de som.

Fotos: Mariana Balam
Legendas e Publicação: Ana Paula Rosa